Mundo Surreal

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Perfume de Puta



Os três conversavam alegremente enquanto tomavam a cerveja. Cada mulher que passava lembrava uma história diferente. Suas conquistas eram trazidas à mesa junto com a porção de calabresa e da mesma forma eram devoradas. Verdades, mentiras, exageros, nenhum deles se importava; era divertido e estavam felizes. Hora de ir para casa. Dividiram a conta e saíram. Foi aí que um deles teve a ideia de dar uma última volta na cidade antes de encerrarem a noite. Vamos pegar umas putas? Vamos. Passaram pela XV, pararam na terceira esquina. Eram cinco as moças, duas foram até o carro. Foi então que ele a viu. Olhos fundos, cabelos pretos cobrindo metade do rosto, curtida no crack. Olhou dentro dos seus olhos, viu sua tristeza, sua história, seus medos, o fim de sua vida. Era uma pessoa. Ela foi até ele e seu perfume foi um soco. Cheiro de volúpia, botão de flor, chuva no fim da tarde, lençol sujo. Hei cara, vai querer? Seus amigos já haviam combinado o preço. Vai querer essa aí? Naquele momento quis tomá-la, pegá-la para si, preserva-la para que nunca mais ninguém a tocasse, beber até a última gota do seu desejo, queimar-se em seus olhos. Não queria apenas uma vez para uma noite. Cara, e aí? Decide! Pensou, sacudiu a cabeça, pareceu voltar a si. Foda-se. Quanto é?

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