Um velho atravessa a rua devagar
Os muros pichados silenciam em seu gritante protesto
Como eu amo este lugar.
Lá fora as luzes permeiam uma cortina translúcida de chuva fina
Milhares de vidas são banhadas por esta chuva
Versos difusos nascem e são alimentados
Lá fora crianças fumam crack
Amores difusos nascem e atrofiam lentamente.
Uma cafeteira italiana labuta incansável e eu sei que em algum lugar alguém faz algo sublime
Medos difusos trepam pelas paredes, florescendo com vigor.
Agora as luzes lá fora quase não se distinguem, frágeis vagalumes.
As árvores pesam. Meu lápis pesa. Apenas o peso não pesa.
Já não sei se é dia ou noite
No meu berço há um móbile de facas
E em minha absoluta fé eu suplico: "Deus, dá-me o peso".
Muito bonito!:)
ResponderExcluir