Mundo Surreal

sábado, 4 de maio de 2013

Velharias

Saudade do medo. Saudade do início das paixões. Não gosto dessa absoluta sensação de segurança. O medo me incentiva a viver ou, pelo menos, torna a vida mais interessante. Quero o frio congelando cada vértebra minha quando eu for dormir e lembrar de você, imaginando seu paradeiro. Quero perder horas fantasiando sobre como meus temores se tornariam realidade por meios cada vez menos plausíveis, só para lembrar que nunca estamos livres da dúvida. A dúvida me despojaria desta certeza que oprime, que me tira a criatividade, a esperança mas não me devolve o desespero. Quero o medo! O medo de não ser o único, o medo de não lhe ensinar o suficiente, o pavor das palavras ensaiadas que anseiam por um roteiro a se encaixarem. Não, não me olhe assim, tão local, tão fixa, tão apaixonada! Ou o que sobrará para a dúvida? O que poderia eu descobrir? Vamos, fale-me do universo, das coisas que você já viu, mostre-me um novo mundo, torne meus dias coloridos de conhecimento ou cinzentos de dúvida, tome minha faca, coma meu queijo, deixe-me sem chão, quando eu quiser te deixar sem ar... Às velharias de novo.

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