Olhando assim para ela, a gente nem percebe o que está acontecendo. Ela sorri, conversa, brinca, é uma criança grande. Mas você não percebe que ali dentro daquela pessoa, por trás daquela máscara de dentes e brilho, há sentimentos. Não, não sabemos para quem é, e talvez nem ela mesmo saiba. Quem sabe o que ela já suportou calada? Alguém já se importou em perguntar como ela estava hoje? Vê, não nos importamos uns com os outros. Apenas julgamos as pessoas. Ela, tão linda e simpática com as pessoas, também tem um coração, e ele bate em sintonia com um ritmo já conhecido.
Quem sabe se quantas vezes já discutiram, ou se nem ao menos sabem os nomes um do outro. O que importa é que, mais cedo ou mais tarde, essas mãos vão tocar os cabelos de alguém, enquanto essa boca vai sussurrar coisas bonitas para alguém ouvir, e ela vai ouvir outras coisas bonitas, por vezes mentirosas, mas ela vai acreditar, e essa é uma condição. Quem sabe em quem ela vai depositar essa confiança, a pouca que lhe resta? E que mais uma vez será desfeita, para se tear novamente, passo a passo em um eterno aprendizado.
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