Mundo Surreal

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Enquanto Houver Motivo II.

E de repente ela estava bem ali, na outra mesa enquanto nossos pais conversavam. A visão daquele rosto me pegou tão de surpresa que levei alguns instantes para perceber que havia alguém ali. Não que eu tenha ficado sem ação. Ao contrário, soube exatamente o que queria quando a examinei mais detalhadamente e notei o seu decote se abrindo tímido, buscando involuntariamente meu olhar. E já que aquele olhar me incomodava de um jeito agradável resolvi não perder tempo.

A conquista é um jogo extremamente interessante. A verdade é que você só ganha se tem nada a perder.  Ao leitor que esbarra nesse comentário, peço apenas que entenda que foi a vida que me fez pensar assim. Na época eu não tinha mais que 20 anos e já havia passado por experiências que poucas pessoas na casa dos 30 podem se vangloriar - ou lamentar - por terem passado. Conheço cada centímetro do campo minado que é um relacionamento. Explodi muitas minas na cara. Depois de um tempo aprendi a enterra-las em meus próprios pontos estratégicos para tirar o máximo de proveito das situações. Portanto, um julgamento mais ponderado é esperado dessas palavras soltas.

Conversamos durante o que pareceu ser horas e ainda assim Sofia pareceu-me um pouco tímida. Qualquer outra já estaria mais à vontade. Sim, confesso que fiquei confuso com aquilo. Mas tudo a seu tempo. A verdade é que ela se foi ao término do dia, acompanhando seu pai. Eu fui para o bar jogar sinuca com meus amigos. Se pudesse desvendar os mistérios do tempo e voltar àquele exato instante eu a abraçaria e jamais a deixaria partir, fosse com quem fosse, fossemos amigos ou amantes, fossemos dois ou um.

Um comentário:

  1. "A conquista é um jogo extremamente interessante. A verdade é que você só ganha se tem nada a perder." interessante esta parte e inteligente!

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